Em Portugal: Época Medieval – 1100 a 1400
Trovadorismo – 1189/1198 - Predomínio da poesia. Cantigas de Amor/ Amigo/
Escárnio/ Maldizer - Cantiga de
amigo: TEXTO - CANTAR DE AMIGO
À beira do rio fui dançar... Dançando Me estava
entretendo, Muito a
sós Comigo, Quando na outra
margem, como se escondendo
Para que eu não visse que me estava olhando,
Por entre os salgueiros vi o meu amigo.
Vi o meu amigo cujos olhos tristes
Certo se alegravam
De me ver dançar,
Fui largando as roupas que me embaraçavam, Fui soltando as tranças... Olhos que me vistes, Doces olhos tristes, não no ireis contar!
Fui largando as roupas que me embaraçavam, Fui soltando as tranças... Olhos que me vistes, Doces olhos tristes, não no ireis contar!
Que o amor é lume bem eu sei... que logo Que vi
meu amigo Por
entre os salgueiros, Melhor eu
dançava, já não só comigo, Toda
num quebranto, ao mesmo tempo em fogo,
Melhor eu movia mãos e pés ligeiros.
Época
Clássica - 1500 - séc. XVI –
Humanismo e Classicismo – exalta o antropocentrismo, a razão. Predomínio da prosa.
Destaques: Criação do teatro português por Gil Vicente. Grande obra os Lusíadas
de Camões.
As armas e os barões
assinalados Que, da Ocidental praia
Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana
E em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram;
Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana
E em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias
gloriosas Daqueles
Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
No Brasil: Quinhentismo –
séc. XVI - anos 1500 a 1601
–
literatura informativa com Pero Vaz de
Caminha. Literatura Jesuítica com José de Anchieta e Padre Manoel da Nóbrega. - uma literatura ligada ao
Brasil, mas que denota as ambições e as intenções do homem europeu.
Carta a El-Rei dom Manuel sobre o achamento
do Brasil
Senhor, posto
que o capitão-mor desta vossa frota e assim os outros capitães escrevam a Vossa
Alteza a nova do achamento desta vossa terra, que se ora nesta navegação achou,
não deixarei também de dar disso minha conta.(...)
E assim
seguimos nosso caminho por este mar, de longo até terça-feira d’oitavas de
Páscoa, que foram 21 dias d’Abril, que topamos alguns sinais de terra.(...) E á
quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves, a que chamam fura-buxos. E
neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente
d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas a sul dele
e de terra chã co grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs n nome o
Monte Pascoal e á terra a Terra de Vera Cruz. (...)
E dali
houvemos vista d’homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundo os navios
pequenos disseram, por chegarem primeiro. (...) a feição deles é serem pardos,
maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus,
sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas
vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o
rosto.(...) ali andavam entre eles três
ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos,
pelas espáduas; e suas vergonhas tão latas e tão çaradinhas e tão limpas das
cabeleiras que de as nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha.
(...)
E uma daquelas
moças era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a qual, certo, era tão
bem feita e tão redonda e sua vergonha, que ela não tinha, tão graciosa, que a
muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições, fizer vergonha, por não
terem a sua como ela. (...)
Barroco
- Século XVII a séc.
XVIII – anos 1601 a 1768 –
conflito teocentrismo e antropocentrismo. Exagero, conflitos e desequilíbrios..
Destaque: Gregório de Matos Guerra
A Cristo S.N. Crucificado estando o poeta na última hora de sua vida
Meu Deus, que estais pendente de um madeiro, Em cuja lei protesto de viver,
Em cuja santa lei hei de morrer Animoso, constante,
firme e inteiro:
Neste lance, por ser o derradeiro, Pois vejo a
minha vida anoitecer,
É, meu Jesus, a hora de se ver A brandura de um
Pai, manso Cordeiro
Arcadismo
Século
XVIII - 1768 a
1836 – bucolismo, objetividade, crítica aos grandes centros.
Quem deixa o trato pastoril amado Pela ingrata, civil correspondência,
Ou desconhece o rosto da violência, Ou do retiro a paz não tem provado.
Que bem é ver nos campos transladado No gênio do pastor, o da inocência!
E que mal é no trato, e na aparência. Ver sempre o cortesão
dissimulado!
ATIVIDADE
1 – É característica do Trovadorismo, exceto:
A – ( )
Sociedade feudal dividida entre clero, nobres e trabalhadores.
B – ( )
Primeiras manifestações literárias em forma de poesia.
C – ( )
Período histórico do séc. :XII ao séc. XV.
D – ( )
Teocentrismo: Deus como centro do
universo.
E – (
) Busca do equilíbrio, rigor e pureza formal
2 – São
características do Classicismo, exceto:
A – ( )
Valorização dos aspectos culturais e filosóficos da cultura das antigas Grécia.
B – ( )
Influência do Renascimento.
C – ( )
Sentimentalismo. Busca do equilíbrio pelo sentimento.
D – ( )
Busca do equilíbrio, rigor e pureza formal.
E – ( )
Grande representante português: Luís Vaz de Camões.
3 - Soneto
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem
querer;
É andar solitário por entre a
gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se
perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o
vencedor;
É ter com quem nos mata
lealmente.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo
Amor?
Este
soneto, um dos mais perfeitos que foram produzidos em Língua Portuguesa,
pertence ao estilo de época que exalta o antropocentrismo, relacionado as Renascimento,
portanto criado no século:
a a) XV. b) XVI. c) XVII. d) XVIII. e) XIX.
4 - Indique
o nome do autor desse soneto:
a a) Bocage. b) Camilo
Pessanha. c) Camões. d) Gil
Vicente.
5 5 - Qual
a figura de linguagem predominante no soneto? Explique
6 6 – O que
significa : A – Os Lusídas B –
antropocentrismo C – Teocentrismo
7
- Carta a El-Rei dom Manuel sobre o achamento do
Brasil - fragmento –
Senhor,
posto que o capitão-mor desta vossa frota e assim os outros capitães escrevam a
Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra, que se ora nesta navegação
achou, não deixarei também de dar disso minha conta.(...) E assim seguimos nosso caminho por este
mar, de longo até terça-feira d’oitavas de Páscoa, que foram 21 dias d’Abril,
que topamos alguns sinais de terra.(...)
7 - O
texto acima caracteriza o estilo: A –
( ) Trovadorismo B – (
) Classicismo C – (
) Quinhentismo D – ( ) Barroco Justifique:
8- Sobre o Quinhentismo no
Brasil é INCORRETO afirmar que:
A – ( ) A literatura produzida até o final do
séc. XVII é chamada de manifestações
literárias.
B – ( ) A Carta do escrivão tem seu significado,
principalmente, pelo valor histórico.
C – ( ) A Literatura de catequese foi
desenvolvida por Gregório de Matos Guerra.
D – ( ) a Literatura de Informação consiste no
primeiro texto escrito sobre dados do País.
E – ( ) Padre Manuel da Nóbrega fez parte da
fundação do Colégio de São Paulo.
9 – Cite os principais
representantes: A – Literatura informativa B
– Literatura Jesuítica
10 - Texto: A Jesus Cristo
Nosso Senhor
Pequei, Senhor, mas não porque hei
pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque, quanto mais tenho delinqüido,
Vós tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Da vossa alta clemência me despido;
Porque, quanto mais tenho delinqüido,
Vós tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Gregório de Matos
Guerra
O texto acima pertence ao estilo literário? A – (
) Trovadorismo
B – ( ) lassicismo C – (
) Quinhentismo D – (
) Barroco Justifique
11 – Quem foi
Gregório de Matos Guerra?
12 – Cite
características do estilo Barroco.
13 -
Texto: Lira 77
Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro
Fui honrado pastor da tua aldeia;
Vestia finas lãs e tinha sempre
A minha choça do preciso cheia.
Tiraram-me o casal e o manso gado,
Nem tenho a que me encoste um só
cajado.
Para ter que te dar, é que eu queria
De mor rebanho ainda ser o dono;
Prezava o teu semblante, os teus
cabelos
Ainda muito mais que um grande trono.
Agora que te oferte já não vejo,
Além
de um puro amor, de um são desejo. Tomás
Antônio Gonzaga
O texto é fragmento de que período literário
brasileiro? Justifique:
14 - São
características do Arcadismo, exceto: A
– ( ) Predomínio da razão
B – (
) Objetivismo C – ( ) Maior liberdade formal D –
( ) Busca de equilíbrio.
15 - Texto: Pastores, que levais ao monte o gado,
Vêde lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda a terra,
Basta ver se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vêdes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado. (...) Cláudio Manuel da Costa
Vêde lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda a terra,
Basta ver se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vêdes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado. (...) Cláudio Manuel da Costa
16 -
Apresente características do
Arcadismo no texto acima.
17 - Considere as
afirmativas abaixo, referentes ao Arcadismo brasileiro:
I – A natureza adquire um
sentido de simplicidade, verdade e harmonia.
II – A vinculação ao mundo
natural se dá através de uma poesia de
caráter pastoril.
III- Defende-se a imitação
da simplicidade dos autores clássicos.
IV – Há uma forte ligação
com a Inconfidência Mineira..
V – Os poetas enfatizam a
subjetividade, expressam seus textos
sentimentos intensos.
Esta correto o que se afirma
em:
A – ( ) I e II apenas. B – (
) I, III, IV e V, apenas.
C- ( ) II e V, apenas. D – ( )
Todas as alternativas
18 – Comente sobre os dois grandes representantes do
Arcadismo Brasileiro.
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