Romance – Apresenta 35
capítulos. . Contexto histórico – 1720. Revolta em Vila Rica – MG. Iintrigante
história vivida pelo vaqueiro Fernão, suas aventuras e desventuras, amores e
desamores com a adolescente e encantadora Sinhazinha Maria Clara. Faz uma
gostosa viagem pela história de um povo. Mistura da realidade com a ficção
“Sertão de Dentro, capitania da Bahia.
História
transcorre no interior baiano em uma fazenda cujo nome era Curral de Dentro.
Conseguindo fugir da repressão metropolitana, um
filho de Felipe dos Santos, Fernão, passa a viver no Sertão de Dentro, empregando-se
como capataz de um rico fazendeiro, Sr.
Herculano Guedes e enamorando-se de uma das filhas do fazendeiro, Maria Clara.
Capítulo
1 - Espólio
Vaqueiro Fernão chega do Piauí, dias de viagem,
para a região do médio São Francisco, Fome, sede exaustão. Vaqueiros não
descuidavam de trazer consigo animais reservas para montaria, além de bestas para o transporte de
viveres, aguardente, fumo e água. Muitas reses perdidas, as sbreviventes definhadas, não raras vezes,
abatidas ao chegar. Quantidade de 245
reses para trazer chegam 208: seca rio São Francisco Fome, moléstia.
Fazendeiro furioso com a chegada das reses. “Pensas
que me enrolas com conversa fiada?”
Senzala – poucos metros da residência da fazenda. Setenta
escravos, entre adultos e crianças. Alguns fábricas eram escravos, outros
livres e assalariados.
Capítulo
2 - Bastardo
Curió – filho de Sr. Herculano com Rosalina.
Rosalina – mulher digna, altiva e muito bela, se
comportava como verdadeira dama, despertando especulações de sua relação com o
patrão. Mãe de Curió. Flagrada com Sr. Herculano, foi conduzida ao tronco e
surrada. Enxotada da fazenda a dentes de cães. Três anos mais tarde reconduzida
à fazenda. Trouxe um bebé, que cresceu, seu nome: Curió.
Capítulo
3 – Tropa de Descimento
Dezembro, inverno, 1723. Na impossibilidade de tanger o gado para os
mercados do litoral e mineiro. Os vaqueiros e fábricas além da responsabilidade
da vigilância e cuidados com as reses ficavam com o engendro de chapéus,
chicotes, gibões, peças de vestuário, couraças para cavaleiros. Faziam cintos,
coldres, guaiacas e selas. Mestres coureiros faziam baús, canas, canastras e
biomos.
Passam na fazenda uma leva de 70 indígenas em
estágio bravio ( homens, mulheres, crianças) – tropa de descimento - acompanhados de jesuítas e 7 homens fortemente
armados. Queriam alimentação.
Capítulo
4 – A sinhazinha
Sinhá
Amélia, esposa do dono da fazenda Sr. Herculano, chega de Salvador com as filhas – Teodora, 07 anos, Isabelita, 12 anos, e Maria Clara , 17 anos,
acompanhadas de 6 dúzia de escravos e uma escolta de 8 homens, munidos
de punhais, facões, mosquetes, garruchas e farta munição. Maria Clara é a sinhazinha.
Capítulo
5 – A suçuarana
O fábrica Benjamim foi devorado pelas garras de uma enorme onça suçuarana. Fernão não matou a suçuarana, pois passou na sua cabeça todo
o filme sobre a sua vida. Resolveu dá um susto no animal.
Capítulo 6 – A Vila
Fernão acompanhou a família para a vila Brejo do Limoeiro.
Modesto povoado. Uma centena de toscas casas, a maioria de sapê, coberturas de
palhas. Em derredor mais de duas dezenas de possantes casarões e sobrados. Outros
que estavam presentes nesta viagem: Curió, Muçurana e duas escravas domésticas.A filha do juiz de paz, Sinhá
Mocinha viu o vaqueiro Fernão e
apontou para Maria Clara, dizendo
que ele era interessante. Maria Clara
ficou pálida, trêmula. Sinais que indicam a reação que tinha ao ver o vaqueiro.
Capítulo
7 – A Bandeira
Tropa
de sertanistas que saíram de São Paulo de Piratininga há 4 meses. Composto por
líder – Cabo da Tropa – acompanhado de
seus filhos, parentes e agregados, capelão, dezenas de presas tapuias –
“línguas travadas”. Rudes senhores traziam atados por correntes cordas e varas
de bambu dezenas de silvícolas, alguns nus, outros trajando rotas mantas de
algodão cru. Eles vivem sem lei, governo
ou religião. Judiação com milhares de
índios bravos. O cabo foi embora, sem fazer negócio com o fazendeiro a respeito
da escravidão dos índios.
Capítulo
8 – Impressões
Conversa de Fernão com Maria
Clara. Impressões dos dois. Maria Clara fica desconcertada com o vaqueiro de modos
finos.
Capítulo
9 – O Palmarino
Vaqueiros,
fabricas e escravos se aqueciam, proseavam e cantarolavam ao redor de uma
fogueira. Contavam causo e ou história
real. Muçurana conta um causo verdadeiro
que viu acontecer quando era moço em Alagoas. A narrativa dele tocou a
todos. Muçurana continuou com um litro de pinga na mão, fitando a fogueira. Os
demais foram dormir. No outro dia foi encontrado morto. Palmarino vem de
Palmares, relacionado a Muçurana.
Capítulo
10 – Desajuste
Após
a morte de Muçurana. Fernão conversa com o patrão quer manda-lo para o Sertão
de Cuieté – Minas Gerais do Cataguás. Fernão não aceita a ordem, diz que sentia
mal só de pensar em ir. Falam em acerto de contas. Sinhá Amélia questiona ao
esposo que Fernão não tem modos de vaqueiro. Sr. Herculano fica curioso com a
observação da esposa.
Após
uma semana de sua saída da fazenda Curral de Dentro. Fernão recebeu a visita do
ex-patrão na casa que alugara do juiz Epitácio
Moreia. Sr Herculano faz contra proposta. Fernão não aceita. Sinhá Mocinha conversa com Sinhá
Maria Clara, dizendo que esta ama Fernão
mais do que ela. Maria Clara vai embora atordoada.
Capítulo
11 – Revelações
Fernão
recebe um bilhete de Sinhá Mocinha convidando para uma conversa reservada.
Mocinha aborda sobre Maria Clara, indagando a Fernão sobre o relacionamento dos
dois. “Se conhecem? Se falam?” Fernão
diz que nem a percebia. Mocinha diz que o ama, mas que percebe que ele, não.
Será que não amaria outra mulher?
Capítulo
12 –Incógnita
O
fazendeiro Herculano leva o padre para que sele a amizade entre ele e Fernão. O
fazendeiro quer que Fernão retorne ao emprego da fazenda. Fernão diz sobre o
gado a que tem direito. O fazendeiro
oferece um pedaço de chão e 3 a 4
escravos de empréstimo para gerir o negócio . Fernão escolheu Cansação. O
fazendeiro rendeu-se ao pedido. O fazendeiro queria Fernão devido a sua habilidade e astúcia nos negócios e
devido a curiosidade da sua origem.
Capítulo
13 – Acerto
Acerto
de 50 hectares com pastagem formada e boa água,
o negro Cansanção e mais dois escravos Policarpo e Zé Coqueiro. Escravos e a terra são de empréstimo. Quando
sair, devolver. Foi combinado o acerto. Dado
uma semana, para que Fernão organizasse o seu pedaço de terra. Depois viajaria para
Maranhão.
Capítulo
14 – Piquenique
Maria
Clara desejava retornar a Salvador, para que assim não visse Fernão. As duas
filhas menores do fazendeiro refletem que Curió parece com o pai delas. Maria
Clara fica nervosa, com as duas irmãs, pede que pare com sandices. Entretanto a
própria Maria Clara já tinha observado a semelhança física, o jeito de andar e
a voz.
Capítulo
15 – Suspeita
Sinhá
Maria Amélia preocupada com Maria Clara que quer retornar para Salvador, por
causa de Fernão. Sr. Herculano suspeita que Fernão não foi sincero quanto a
morte do gado. Morreram mesmo?
Capítulo
16 – Furto
Fernão
descansa com os companheiros no percurso da viagem de retorno do Maranhão. Fica
de sentinela Jorge Soba. Ele viu o embornal de couro pertencente a Fernão.
Deparou no seu interior com um punhado de moedas de ouro e prata. Fugiu,
furtando o embornal. Procuraram, mas não encontraram.
Capítulo
17 – Regresso
Chegaram
no período da tarde do dia seguinte ao furto. Maria Clara encontra Fernão e
oferece café. Sr. Herculano só apareceria no dia seguinte. Maria Clara comenta
sobre o que Mocinha falou a respeito de Fernão. Fernão fica enraivecido, mas
não confessar nada sobre si.
Capítulo
18 – Infortúnio
Fernão conta a Herculano
sobre o furto de Jorge Soba.
Capítulo
19 – A força do amor
O
furto contribuiu para ampliar as desconfianças do fazendeiro Herculano. Maria
Clara e Fernão encontram escondidos como o apoio de Curió. Apaixonam-se juram lutar contra tudo e contra
todos. Maria Clara confessa à Sinhazinha sobre o seu amor. Sinhazinha a ajuda,
afirmando que não tem mágoa, pede que entregue a esse amor sem restrições.
Capítulo
20 – Suspeição
Bastião
Cariri fala para Fenão sobre a prosa reservada que teve com o patrão. Fernão
encontra com Maria Clara em uma gruta. Fernão muito chateado com a desconfiança
do patrão.
Capítulo
21 – Revelação
Herculano
foi a Piauí. Fernão e Maria Clara têm mais oportunidades de ficar sozinhos.
Sinhá Maria Amélia percebe a conversa dos dois. Ela chama a sua filha e indaga
o porquê da conversa. A mãe proíbe a
filha de conversar com o vaqueiro. Maria Clara
enche de obstinação com a consciência dos desafios que havia de
enfrentar.
Capítulo
22 – Intuição
Encontro
de Maria Clara e Fernão. Os dois namoram. Maria Clara pergunta sobre a tristeza
de Fernão em dias anteriores. Maria Clara queixa sobre a falta de
transparência. Fernão chega a sua casa. Conclui que o fazendeiro Herculano foi
a Piauí realmente para investigá-lo.
Capítulo
23 - A rebelião
Fernão
foi intimado para uma conversa com Sinhá Amélia. Sinhá Amélia solicitou que
Fernão fosse à vila Brejo do Limoeiro, no armarinho. Fernão pensou que com isso
poderia conversar com Mocinha. Fernão confessou a Sinhá Mocinha sobre a sua
vida:
Fernão
filho de pais portugueses do sertão de Cuieté. Os pais foram seduzidos pelo
mito do Eldorado. O pai de Fernão tornou-se
um abastado minerador, fazendeiro, condutor de bestas, isto é, tropeiro.
O
pai foi líder pela extinção das Casas de
fundição, redução dos impostos, eliminação do monopólio de vários
produtos de consumo e pelo fim da opressão fiscal e administrativa da Coroa. Por
isso, o pai foi preso. Preso e enforcado. Outros líderes foram presos. A
família de Fernão perdeu tudo o que tinha.
Todo o patrimônio confiscado pela Real Fazenda. A casa foi transformada em ruínas. Os amigos
viraram as costas. Fernão pensou em suicidar.
Capítulo
24 – O partido
O
fazendeiro Herculano chega. A esposa e filhas o recebem. Chegou com a proposta
de casar Maria Clara com o primo Alonso. Maria Amélia comenta para a filha
sobre a proposta do marido. Maria Clara argumenta contra a proposta.
Capítulo
25 – Confidências
O
fazendeiro sabe do juiz que Fernão é filho de Felipe dos Santos. O fazendeiro
considera que Fernão o roubou. Fernão está namorado Maria Clara na gruta. Ele
resolve falar da sua vida. Entretanto, Maria Clara teria que ir embora, pelo
motivo que o pai chegaria da Vila.
Capítulo
26 – Incumbência
O fazendeiro pretendia fazer
uma emboscada para Fernão, no intuito de recuperar o gado e o dinheiro, que ele
propunha como roubo do vaqueiro. Herculano chama Domingos para tentar descobrir
sobre furto de Fernão. Não encontraram nada.
Capítulo
27 – Trunfo
O índio Bastião Cariri conta
para Domingos sobre o namoro de Fernão e Maria Clara.
Senhor Herculano suspeitava do desvio de gado e dinheiro da
fazenda por Fernão.
Domingos inimigo de Fernão
queria ser o capataz.
28
– Fuxico
Três
meses se passaram desde que Sr. Herculano
prometera conceder o ofício de
capataz a Domingos. Falta de provas. Domingos decidiu recolocar “lenha na
fogueira”. Quando Domingos resolve fazer o fuxico, Sr. Herculano pergunta quem
falou , ele menciona o nome de Bastião Cariri.
Em
síntese, Bastião Cariri resolve deixa para todo o sempre as paragens do Sertão
de Dentro, com destino a áreas de cerrado.
Sr.
Herculano conversa com Sinhá Amélia
sobre suas desconfianças. Curió é chamado, mas desmente qualquer envolvimento.
Bastião Cariri fugiu da fazenda. Sr. Herculano começa a desconfiar de Domingos,
pois a acusar Fernão, iria favorecer a ocupar o posto que ele tanto almejava.
Capítulo
29 – Flagrante
Os
dois namorados à beira de uma gruta,
onde costumavam encontrar, foram flagrados.
Fernão foi surrado e enxotado da Fazenda a golpes chicotes, pontapés e
facão pelo vaqueiro Domingos e seus comparsas. Foi banido do emprego sem
direito a nenhum tostão.
Fernão
foi pedi abrigo ao juiz Epitácio Moreia. Fernão foi acolhido pelo padre
Argelim, na casa da paróquia, morando com alguns dias.
Capítulo
30 – Rancho Boa Esperança
Após
uma semana na casa paroquial, Fernão foi falar com o juiz. Abordou que não houve desonra. Exigia direitos de trabalhos
exercidos. Juiz abordou que era melhor
agradecer por estar vivo.
Fernão
precisava estabelecer em algum lugar e sobreviver as suas próprias custas. Ele
tinha alguns tostões guardados, pequena parcela do patrimônio da família que
conseguiu salvar na ocasião em que confiscaram o patrimônio dos pais. Dinheiro que
foi inteiramente declarado como pertencente ao governo. O dinheiro há
anos escondido, estava enterrado na proximidade de uma maloca de pedra, num
local de difícil acesso.
Fernão
comprou o a fazenda do juiz, fazenda com o nome Suçuarana Malhada, foi rebatizada por Sítio da Boa Esperança.
Capítulo
31 – Sugestão Indigesta
Maria Clara será enviada
para Salvador.
Capítulo
32 – Despedida
Antes
da viagem, a família Guedes rumou à vila Brejo do Limoeiro. Sinhá Mocinha
indaga a Maria Clara. Maria Clara
solicita que avisa a Fernão que o amara para todo o sempre, ainda que não o
veja mais. Ela seguirá para Salvador, entretanto não distanciará da imagem do
amado.
Capítulo
33 - Comprometimento
Após
a viagem da família para Salvador, chegam á fazenda o cunhado de Herculano ,Sr. Bonifácio, a irmã Sinhá Ana
Beatrix e o sobrinho Alonso. Após dois
dias, a família vai à vila Brejo do Limoeiro. Juntos, portanto, família
Cavalcante e Moreia. Alonso apaixona-se por Sinhá Mocinha,. Ele a pede em
namoro.
Capítulo
34 – Proposta
A
família Calvacante vai para Salvador, um dos objetivos encontrar a família Guedes. Consegue realizar o encontro.
Sr. Herculano preocupado com o império
patrimonial Guedes-Calvacante, faz a proposta de realizar o casamento de Maria
Clara e Alonso. Casamento por interesse
da família. Alonso confidencia a Sinhá Maria Clara do seu amor por Sinhazinha.
Capítulo
35 – Juras ao Crepúsculo
14
de abril de 1767. Mais de 40 anos da separação dos namorados. Fernão
encontrava-se ainda perseverante, em sua
fazenda Boa Esperança, a esperar obstinadamente, o retorno de sua amada.
Neste dia , estava na varanda com olhos
escanchados no vazio, paginava e revolvia cada lance de sua trajetória no
Sertão de Dentro. Quando lembrava, viu chegar uma liteira, que tinha uma
pequena leva de escravos e uma irmã.
A
irmã pretendia falar com Fernão. A irmã remove o véu, revelando a face de Maria
Clara.
Ela
conta toda a história do que foi a sua vida, após a separação dos dois.
Resolveu não aceitar a imposição do pai de fazê-la casar com o primo. Decidiu
assumir a vida religiosa por um tempo. Entretanto, enquanto esperava a poeira
abaixar, disseram que Fernão tinha casado. Ela desabafa que realmente não teve
forças para lutar pelo seu amor.
Fernão
ao contrário, envelheceu com o seu amor e com a esperança. Amava Maria Clara
com a mesma intensidade de quarenta anos atrás.
Ela casou-se com a profissão de fé. Não queria ficar mais com o amado.
No final, vendo
o sol se por, acontece juras de amor que
transcenderá a materialidade, havendo de ser para todo o sempre. Os dois
abraçam, ambos mudos e estatelados até serem tragados pela escuridão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário