terça-feira, 9 de agosto de 2016



Romance – Apresenta 35  capítulos. . Contexto histórico – 1720. Revolta em Vila Rica – MG.  Iintrigante história vivida pelo vaqueiro Fernão, suas aventuras e desventuras, amores e desamores com a adolescente e encantadora Sinhazinha Maria Clara. Faz uma gostosa viagem pela história de um povo. Mistura da realidade com a ficção
“Sertão de Dentro, capitania da Bahia.
História transcorre no interior baiano em uma fazenda cujo nome era Curral de Dentro.
Conseguindo fugir da repressão metropolitana, um filho de Felipe dos Santos, Fernão,  passa a viver no Sertão de Dentro, empregando-se como capataz de um rico fazendeiro, Sr. Herculano Guedes e enamorando-se de uma das  filhas do fazendeiro, Maria Clara.

Capítulo 1 -  Espólio
Vaqueiro Fernão chega do Piauí, dias de viagem, para a região do médio São Francisco, Fome, sede exaustão. Vaqueiros não descuidavam de trazer consigo animais reservas para  montaria, além de bestas para o transporte de viveres, aguardente, fumo e água. Muitas reses perdidas, as  sbreviventes definhadas, não raras vezes, abatidas ao chegar. Quantidade de 245  reses para trazer chegam 208: seca rio São Francisco Fome, moléstia.
Fazendeiro furioso com a chegada das reses. “Pensas que me enrolas com conversa fiada?”
Senzala – poucos metros da residência da fazenda. Setenta escravos, entre adultos e crianças. Alguns fábricas eram escravos, outros livres e assalariados.
Capítulo 2 - Bastardo
Curió – filho de Sr. Herculano com Rosalina.
 Rosalina –   mulher digna, altiva e muito bela, se comportava como verdadeira dama, despertando especulações de sua relação com o patrão. Mãe de Curió. Flagrada com Sr. Herculano, foi conduzida ao tronco e surrada. Enxotada da fazenda a dentes de cães. Três anos mais tarde reconduzida à fazenda. Trouxe um bebé, que cresceu, seu nome: Curió.
Capítulo 3 – Tropa de Descimento
Dezembro, inverno, 1723.  Na impossibilidade de tanger o gado para os mercados do litoral e mineiro. Os vaqueiros e fábricas além da responsabilidade da vigilância e cuidados com as reses ficavam com o engendro de chapéus, chicotes, gibões, peças de vestuário, couraças para cavaleiros. Faziam cintos, coldres, guaiacas e selas. Mestres coureiros faziam baús, canas, canastras e biomos.
Passam na fazenda uma leva de 70 indígenas em estágio bravio ( homens, mulheres, crianças) – tropa de descimento -  acompanhados de jesuítas e 7 homens fortemente armados. Queriam alimentação.
Capítulo 4 – A sinhazinha
Sinhá Amélia, esposa do dono da fazenda Sr. Herculano, chega de Salvador com as  filhas – Teodora, 07 anos,  Isabelita, 12 anos,  e Maria Clara  , 17 anos,  acompanhadas de 6 dúzia de escravos e uma escolta de 8 homens, munidos de punhais, facões, mosquetes, garruchas e farta munição.  Maria Clara é a sinhazinha.
Capítulo 5 – A suçuarana
O fábrica Benjamim foi devorado pelas garras  de uma enorme onça suçuarana. Fernão não matou a suçuarana, pois passou na sua cabeça todo o filme sobre a sua vida. Resolveu dá um susto no animal.
Capítulo 6 – A Vila
Fernão acompanhou a família para a vila Brejo do Limoeiro. Modesto povoado. Uma centena de toscas casas, a maioria de sapê, coberturas de palhas. Em derredor mais de duas dezenas de possantes casarões e sobrados. Outros que estavam presentes nesta viagem: Curió, Muçurana e duas escravas domésticas.A filha do juiz de paz, Sinhá Mocinha viu o vaqueiro Fernão e apontou para Maria Clara, dizendo que ele  era interessante. Maria Clara ficou pálida, trêmula. Sinais que indicam a reação que tinha ao ver o vaqueiro.
Capítulo 7 – A Bandeira
Tropa de sertanistas que saíram de São Paulo de Piratininga há 4 meses. Composto por líder – Cabo da Tropa – acompanhado  de seus filhos, parentes e agregados, capelão, dezenas de presas tapuias – “línguas travadas”. Rudes senhores traziam atados por correntes cordas e varas de bambu dezenas de silvícolas, alguns nus, outros trajando rotas mantas de algodão cru.  Eles vivem sem lei, governo ou religião. Judiação com  milhares de índios bravos. O cabo foi embora, sem fazer negócio com o fazendeiro a respeito da escravidão dos índios.
Capítulo 8 – Impressões
Conversa de Fernão com Maria Clara. Impressões dos dois. Maria Clara fica desconcertada com o vaqueiro de modos finos.
Capítulo 9 – O Palmarino
Vaqueiros, fabricas e escravos se aqueciam, proseavam e cantarolavam ao redor de uma fogueira. Contavam causo e  ou história real. Muçurana conta um causo verdadeiro  que viu acontecer quando era moço em Alagoas. A narrativa dele tocou a todos. Muçurana continuou com um litro de pinga na mão, fitando a fogueira. Os demais foram dormir. No outro dia foi encontrado morto. Palmarino vem de Palmares, relacionado a  Muçurana.

Capítulo 10 – Desajuste
Após a morte de Muçurana. Fernão conversa com o patrão quer manda-lo para o Sertão de Cuieté – Minas Gerais do Cataguás. Fernão não aceita a ordem, diz que sentia mal só de pensar em ir. Falam em acerto de contas. Sinhá Amélia questiona ao esposo que Fernão não tem modos de vaqueiro. Sr. Herculano fica curioso com a observação da esposa.
Após uma semana de sua saída da fazenda Curral de Dentro. Fernão recebeu a visita do ex-patrão na casa que alugara do juiz  Epitácio Moreia. Sr Herculano faz contra proposta. Fernão  não aceita. Sinhá Mocinha conversa com Sinhá Maria Clara, dizendo  que esta ama Fernão mais do que ela. Maria Clara vai embora atordoada.

Capítulo 11 – Revelações
Fernão recebe um bilhete de Sinhá Mocinha convidando para uma conversa reservada. Mocinha aborda sobre Maria Clara, indagando a Fernão sobre o relacionamento dos dois. “Se conhecem? Se falam?”  Fernão diz que nem a percebia. Mocinha diz que o ama, mas que percebe que ele, não. Será que não amaria outra mulher?

Capítulo 12 –Incógnita
O fazendeiro Herculano leva o padre para que sele a amizade entre ele e Fernão. O fazendeiro quer que Fernão retorne ao emprego da fazenda. Fernão diz sobre o gado a que tem direito.  O fazendeiro oferece  um pedaço de chão e 3 a 4 escravos de empréstimo para gerir o negócio . Fernão escolheu Cansação. O fazendeiro rendeu-se ao pedido. O fazendeiro queria Fernão devido a  sua habilidade e astúcia nos negócios e devido a curiosidade da sua origem.
Capítulo 13 – Acerto
Acerto de 50 hectares com pastagem formada e boa água,  o negro Cansanção e mais dois escravos Policarpo e Zé Coqueiro.  Escravos e a terra são de empréstimo. Quando sair, devolver.  Foi combinado o acerto. Dado uma semana, para que Fernão organizasse o seu pedaço de terra. Depois viajaria para Maranhão.
Capítulo 14 – Piquenique
Maria Clara desejava retornar a Salvador, para que assim não visse Fernão. As duas filhas menores do fazendeiro refletem que Curió parece com o pai delas. Maria Clara fica nervosa, com as duas irmãs, pede que pare com sandices. Entretanto a própria Maria Clara já tinha observado a semelhança física, o jeito de andar e a voz.
Capítulo 15 – Suspeita
Sinhá Maria Amélia preocupada com Maria Clara que quer retornar para Salvador, por causa de Fernão. Sr. Herculano suspeita que Fernão não foi sincero quanto a morte do gado. Morreram mesmo?
Capítulo 16 – Furto
Fernão descansa com os companheiros no percurso da viagem de retorno do Maranhão. Fica de sentinela Jorge Soba. Ele viu o embornal de couro pertencente a Fernão. Deparou no seu interior com um punhado de moedas de ouro e prata. Fugiu, furtando o embornal. Procuraram, mas não encontraram.
Capítulo 17 – Regresso
Chegaram no período da tarde do dia seguinte ao furto. Maria Clara encontra Fernão e oferece café. Sr. Herculano só apareceria no dia seguinte. Maria Clara comenta sobre o que Mocinha falou a respeito de Fernão. Fernão fica enraivecido, mas não confessar nada sobre si.

Capítulo 18 – Infortúnio
Fernão conta a Herculano sobre o furto de Jorge Soba.

Capítulo 19 – A força do amor
O furto contribuiu para ampliar as desconfianças do fazendeiro Herculano. Maria Clara e Fernão encontram escondidos como o apoio de Curió.  Apaixonam-se juram lutar contra tudo e contra todos. Maria Clara confessa à Sinhazinha sobre o seu amor. Sinhazinha a ajuda, afirmando que não tem mágoa, pede que entregue a esse amor sem restrições.
Capítulo 20 – Suspeição
Bastião Cariri fala para Fenão sobre a prosa reservada que teve com o patrão. Fernão encontra com Maria Clara em uma gruta. Fernão muito chateado com a desconfiança do patrão.
Capítulo 21 – Revelação
Herculano foi a Piauí. Fernão e Maria Clara têm mais oportunidades de ficar sozinhos. Sinhá Maria Amélia percebe a conversa dos dois. Ela chama a sua filha e indaga o porquê da conversa.  A mãe proíbe a filha de conversar com o vaqueiro. Maria Clara  enche de obstinação com a consciência dos desafios que havia de enfrentar.

Capítulo 22 – Intuição
Encontro de Maria Clara e Fernão. Os dois namoram. Maria Clara pergunta sobre a tristeza de Fernão em dias anteriores. Maria Clara queixa sobre a falta de transparência. Fernão chega a sua casa. Conclui que o fazendeiro Herculano foi a Piauí realmente para investigá-lo.
Capítulo 23  - A rebelião
Fernão foi intimado para uma conversa com Sinhá Amélia. Sinhá Amélia solicitou que Fernão fosse à vila Brejo do Limoeiro, no armarinho. Fernão pensou que com isso poderia conversar com Mocinha. Fernão confessou a Sinhá Mocinha sobre a sua vida:
Fernão filho de pais portugueses do sertão de Cuieté. Os pais foram seduzidos pelo mito do Eldorado. O pai de Fernão tornou-se  um abastado minerador, fazendeiro, condutor de bestas, isto é, tropeiro.
O pai foi líder pela extinção das Casas de  fundição, redução dos impostos, eliminação do monopólio de vários produtos de consumo e pelo fim da opressão fiscal e administrativa da Coroa. Por isso, o pai foi preso. Preso e enforcado. Outros líderes foram presos. A família de Fernão perdeu tudo o que tinha.  Todo o patrimônio confiscado pela Real Fazenda.  A casa foi transformada em ruínas. Os amigos viraram as costas. Fernão pensou em suicidar.

Capítulo 24 – O partido
O fazendeiro Herculano chega. A esposa e filhas o recebem. Chegou com a proposta de casar Maria Clara com o primo Alonso. Maria Amélia comenta para a filha sobre a proposta do marido. Maria Clara argumenta contra a proposta.

Capítulo 25 – Confidências
O fazendeiro sabe do juiz que Fernão é filho de Felipe dos Santos. O fazendeiro considera que Fernão o roubou. Fernão está namorado Maria Clara na gruta. Ele resolve falar da sua vida. Entretanto, Maria Clara teria que ir embora, pelo motivo que o pai chegaria da Vila.

Capítulo 26 – Incumbência
O fazendeiro pretendia fazer uma emboscada para Fernão, no intuito de recuperar o gado e o dinheiro, que ele propunha como roubo do vaqueiro. Herculano chama Domingos para tentar descobrir sobre furto de Fernão. Não encontraram nada.

Capítulo 27 – Trunfo
O índio Bastião Cariri conta para Domingos sobre o namoro de Fernão e Maria Clara. 
Senhor Herculano  suspeitava do desvio de gado e dinheiro da fazenda por Fernão.
Domingos inimigo de Fernão queria ser o capataz.

28 – Fuxico
Três meses se passaram desde que Sr. Herculano  prometera conceder  o ofício de capataz a Domingos. Falta de provas. Domingos decidiu recolocar “lenha na fogueira”. Quando Domingos resolve fazer o fuxico, Sr. Herculano pergunta quem falou , ele menciona o nome de Bastião Cariri.
Em síntese, Bastião Cariri resolve deixa para todo o sempre as paragens do Sertão de Dentro, com destino a áreas de cerrado.
Sr. Herculano  conversa com Sinhá Amélia sobre suas desconfianças. Curió é chamado, mas desmente qualquer envolvimento. Bastião Cariri fugiu da fazenda. Sr. Herculano começa a desconfiar de Domingos, pois a acusar Fernão, iria favorecer a ocupar o posto que ele tanto almejava.
Capítulo 29 – Flagrante
Os dois namorados  à beira de uma gruta, onde costumavam encontrar, foram flagrados.  Fernão foi surrado e enxotado da Fazenda a golpes chicotes, pontapés e facão pelo vaqueiro Domingos e seus comparsas. Foi banido do emprego sem direito a nenhum tostão.
Fernão foi pedi abrigo ao juiz Epitácio Moreia. Fernão foi acolhido pelo padre Argelim, na casa da paróquia, morando com alguns dias.

Capítulo 30 – Rancho Boa Esperança
Após uma semana na casa paroquial, Fernão foi falar com o juiz. Abordou que não  houve desonra. Exigia direitos de trabalhos exercidos. Juiz abordou  que era melhor agradecer por estar vivo.
Fernão precisava estabelecer em algum lugar e sobreviver as suas próprias custas. Ele tinha alguns tostões guardados, pequena parcela do patrimônio da família que conseguiu salvar na ocasião em que confiscaram o patrimônio dos pais.  Dinheiro que  foi inteiramente declarado como pertencente ao governo. O dinheiro há anos escondido, estava enterrado na proximidade de uma maloca de pedra, num local de difícil acesso.
Fernão comprou o a fazenda do juiz, fazenda com o nome  Suçuarana Malhada, foi rebatizada por  Sítio da Boa Esperança.

Capítulo 31 – Sugestão Indigesta
Maria Clara será enviada para Salvador.

Capítulo 32 – Despedida
Antes da viagem, a família Guedes rumou à vila Brejo do Limoeiro. Sinhá Mocinha indaga a Maria Clara.   Maria Clara solicita que avisa a Fernão que o amara para todo o sempre, ainda que não o veja mais. Ela seguirá para Salvador, entretanto não distanciará da imagem do amado.

Capítulo 33 - Comprometimento
Após a viagem da família para Salvador, chegam á fazenda o cunhado de  Herculano ,Sr. Bonifácio, a irmã Sinhá Ana Beatrix e o sobrinho  Alonso. Após dois dias, a família vai à vila Brejo do Limoeiro. Juntos, portanto, família Cavalcante e Moreia. Alonso apaixona-se por Sinhá Mocinha,. Ele a pede em namoro.

Capítulo 34 – Proposta
A família Calvacante vai para Salvador, um dos objetivos encontrar  a família Guedes. Consegue realizar o encontro. Sr. Herculano preocupado  com o império patrimonial Guedes-Calvacante, faz a proposta de realizar o casamento de Maria Clara e Alonso.   Casamento por interesse da família. Alonso confidencia a Sinhá Maria Clara do seu amor por Sinhazinha.

Capítulo 35 – Juras ao Crepúsculo
14 de abril de 1767. Mais de 40 anos da separação dos namorados. Fernão encontrava-se ainda perseverante, em sua  fazenda Boa Esperança, a esperar obstinadamente, o retorno de sua amada. Neste dia , estava na varanda  com olhos escanchados no vazio, paginava e revolvia cada lance de sua trajetória no Sertão de Dentro. Quando lembrava, viu chegar uma liteira, que tinha uma pequena leva de escravos e uma irmã.
A irmã pretendia falar com Fernão. A irmã remove o véu, revelando a face de Maria Clara.
Ela conta toda a história do que foi a sua vida, após a separação dos dois. Resolveu não aceitar a imposição do pai de fazê-la casar com o primo. Decidiu assumir a vida religiosa por um tempo. Entretanto, enquanto esperava a poeira abaixar, disseram que Fernão tinha casado. Ela desabafa que realmente não teve forças para lutar pelo seu amor.
Fernão ao contrário, envelheceu com o seu amor e com a esperança. Amava Maria Clara com a mesma intensidade de quarenta anos atrás.  Ela casou-se com a profissão de fé. Não queria ficar mais com o amado.
No final, vendo o  sol se por, acontece juras de amor que transcenderá a materialidade, havendo de ser para todo o sempre. Os dois abraçam, ambos mudos e estatelados até serem tragados pela escuridão.