domingo, 3 de novembro de 2019



Língua Portuguesa -  Acentuação Gráfica / Ortografia
correção da atividade


 1 - Acentue corretamente, se necessário:
A – Ela mantem no sótão os três gatinhos de pelo cinzento.
B – Os pais veem na televisão que os desenhos animados têm grande influencia sobre seus filhos, mas creem  também, que faz parte da infância.
C -  o menino nervoso para de repente.
D – Toda manhã, ela coa o café.
E – Gosto de pera madura.
F – Preciso pôr as coisas em ordem.
G – Eles leem o jornal todos os dias.
H – As meninas  têm muitos brinquedos.
I – Os jovens creem no futuro.
J – Sempre que eu ando de ônibus, eu enjoo.
K – Ele sempre mantem a calma.
L – Os turistas obtém informações pela internet.
M – As policias  civil e militar intervêm nos motins do presidio.

2 – Justifique a acentuação das seguintes palavras:


Juíza – hiato vogal i
Tórax -  paroxítona terminada em x
Ímã – paroxítona terminada em -ã
Pólen – paroxítona terminada em  -n
Bônus – paroxítona terminada em -us
Clímax – paroxítona terminada em  -x
Caráter – paroxítona terminada em  -r
Jóquei –  paroxítona terminada em  -i
Hífen –  paroxítona terminada em  -n
Também – oxítona terminada em -em
 Impossível -  paroxítona terminada em  -l
  Há – monossílabo tônico terminado em -a
 Crítico - proparoxítona
 Armazém  – oxítona terminada em -em
 Açúcar - paroxítona terminada em  -r
 Éter - paroxítona terminada em  -r
 Céu – ditongo aberto
 Aniversário – paroxítona terminada em ditongo
 Órgão - paroxítona terminada em   - ão
 Saúde - hiato
Cipó – oxítona terminada em -o
 Útil - paroxítona terminada em  -l
Química - proparoxítona


3 – Use S ou Z: Certeza, atrasado, sacerdotisa, baronesa, extravasar, paralisado, escassez, moralizar, vazamento.                       

4 – Use G ou J: Berinjela, reloginho, jiboia, lisonjeiro, refúgio, canjica, vertiginoso, prestigiado, pajé.

5 – Use X ou Ch: pichar, enxurrada, encharcado, deixar, garrancho, enxerto, conchave, enxaqueca, xampu.

6 - Use C,Ç,S ou SS:  Iguaçu,  pretensão, minissérie, conferisse, detenção, concessão, dançarino, cearense, suspensão.

7 – Comente sobre três dicas do emprego da letra S.
- Palavras que indicam nacionalidade, profissão, estado social, títulos honoríficos: Chinês, chinesa, burguês, - Nos sufixos –oso e –osa (qua significa “cheio de”), usados na formação de adjetivos: Delicioso.
- Depois de ditongos:    coisa, maisena, Neusa.
- Nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos:     puser, repusesse, quis, quisemos.

8 – Comente sobre duas dicas quanto ao emprego da letra Z:
 - Substantivos abstratos derivados de adjetivos.    rigidez (rígido), riqueza (rico).
- Palavras derivadas de uma primitiva grafada com z.      cruz: cruzeiro, cruzada.     deslize: deslizar.

9 – Por que a palavra Bahia apresenta a letra H e em seus derivados: baiano, baianidade, coco-da-baia, laranja-da-baia,  não apresentam a letra H?
 é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição escrita do nosso idioma.

10 – Comente sobre duas dicas do emprego da letra X:
 - Depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa.
- Depois de sílaba inicial en-: enxurrada, enxaqueca (exceções: encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados).
- Depois de me- inicial: mexer, mexilhão (exceção: mecha e seus derivados).

domingo, 20 de outubro de 2019


ORTOGRAFIA

Emprego das letras h, s, z, x, ch, g, j, ss, sc

Emprego do h

é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição escrita do nosso idioma. Algumas regras, quanto ao seu emprego devem ser observadas:

a) Emprega-se o quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina.
     homem, higiene, honra, hoje, herói.

b) Emprega-se o no final de algumas interjeições. 
      Oh! Ah!

c) No interior dos vocábulos não se usa h, exceto:
- nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com h se une por hífen ao primeiro. 
     super-homem, pré-história.

- quando ele faz parte dos dígrafos ch, lh, nh.
    Passarinho, palha, chuva.


Emprego do s

Emprega-se a letra s:

- nos sufixos -ês, -esa e –isa, usados na formação de palavras que indicam nacionalidade, profissão, estado social, títulos honoríficos.
Chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa.

- nos sufixos –oso e –osa (qua significa “cheio de”), usados na formação de adjetivos.
      delicioso, gelatinosa.

- depois de ditongos.
    coisa, maisena, Neusa.

- nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos.
    puser, repusesse, quis, quisemos.

- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s.
     análise: analisar, analisado
     pesquisa: pesquisar, pesquisado.


Emprego do z

Emprega-se a letra z nos seguintes casos:
- nos sufixos -ez e -eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos.
   rigidez (rígido), riqueza (rico).

- nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z.
     cruz: cruzeiro, cruzada.
    deslize: deslizar, deslizante.


Emprego dos sufixos –ar e –izar

Emprega-se o sufixo –ar nos verbos derivados de palavras cujo radical contém –s, caso contrário, emprega-se –izar.
    análise – analisar                               eterno – eternizar


Emprego das letras e i.

Algumas formas dos verbos terminados em –oar e –uar grafam-se com e.
      perdoem (perdoar),           continue (continuar).

Algumas formas dos verbos terminados em –air, -oer e –uir grafam-se com i.
     atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir).


Emprego do x 

- depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa.

- depois de sílaba inicial en-: enxurrada, enxaqueca (exceções: encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados).

- depois de me- inicial: mexer, mexilhão (exceção: mecha e seus derivados).

- palavras de origem indígena e africana: xavante, xangô.


Emprego do g ou j

Emprega-se a letra g

- nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: prestígio, refúgio.
- nas terminações –agem, -igem, -ugem: garagem, ferrugem.

Emprega-se a letra em palavras de origem indígena e africana: pajé, canjica, jirau.


Emprego de s, c, ç, sc, ss.

- verbos grafados com ced originam substantivos e adjetivos grafados com cess.
   ceder – cessão.
   conceder - concessão. 
   retroceder - retrocesso.
   Exceção: exceder - exceção. 

- nos verbos grafados com nd originam substantivos e adjetivos grafados com ns.
   ascender – ascensão
   expandir – expansão
   pretender – pretensão.

- verbos grafados com ter originam substantivos grafados com tenção.
   deter – detenção
   conter – contenção.


Por Marina Cabral. Especialista em Língua Portuguesa e Literatura.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019


Texto 03



A força das palavras
                        Lya Luft

“Viemos ao mundo para dar nomes às coisas; dessa forma nos tornamos senhores delas ou servos de quem as batizar antes de nós”


Palavras assustam mais do que fatos: às vezes é assim.

Descobri isso quando as pessoas discutiam e lançavam as palavras como dardos sobre a mesa de jantar. Nessa época, meus olhos mal alcançavam o tampo da mesa e o mundo dos adultos me parecia fascinante. O meu era demais limitado por horários que tinham de ser obedecidos (por que criança tinha de dormir tão cedo?), regras chatas (por que não correr descalça na chuva, por que não botar os pés em cima do sofá, por quê, por quê, por quê...?), e a escola era um fardo (seria tão mais divertido ficar lendo debaixo das árvores no jardim de casa...).

Mas, em compensação, na escola também se brincava com palavras: lá, como em casa, havia livros, e neles as palavras eram caramelos saborosos ou pedrinhas coloridas que a gente colecionava, olhava contra a luz, revirava no céu da boca... E às vezes cuspia na cara de alguém de propósito, para machucar.

Depois houve um tempo (hoje não mais?) em que palavras eram cortadas por reticências na tela do cinema, enquanto sobre elas se representavam cenas que, como se dizia no tempo dos pudores, fariam corar um frade de pedra.

Palavras ofendem mais do que a realidade - sempre achei isso muito divertido. Palavras servem para criar mal-entendidos que magoam durante anos:

- Você aquela vez disse que eu...

- De jeito nenhum, eu jamais imaginei, nem de longe, dizer uma coisa dessas...

- Mas você disse...

- Nunca! Tenho certeza absoluta!

Vivemos nesses enganos, nesses desencontros, nesse desperdício de felicidade e afeto. No sofrimento desnecessário, quando silenciamos em algum lugar de esclarecer. "Agora não quero falar nisso", dizemos. Mas a gente devia falar exatamente disso que nos assusta e nos afasta do outro. O silêncio, quando devíamos falar, ou a palavra errada, quando devíamos ter ficado quietos: instauram-se, assim, o drama da convivência e a dificuldade do amor.

Sou dos que optam pela palavra sempre que é possível. Mas, em geral é melhor do que o silêncio crispado e as palavras varridas para baixo do tapete.

Não falo do silêncio bom em que se compartilham ternura e entendimento. Falo do mal de um silêncio ressentido em que se acumulam incompreensão e amargura - o vazio cresce e a mágoa distancia na mesma sala, na mesma cama, na mesma vida. Em, parte porque nada foi dito, quando tudo precisaria ser falado, talvez até para que a gente pudesse se afastar com amizade e respeito quando ainda era tempo.

Falar é também a essência da terapia: pronunciando o nome das coisas que nos feriram, ou das que nos assustam mais, de alguma forma adquirimos sobre elas um mínimo controle. O fantasma passa a ter nome e rosto, e começamos a lidar com ele. Há estudos interessantíssimos sobre os nomes atribuídos ao diabo, a enfermidades consideradas incuráveis ou altamente contagiosas: muitas vezes, em lugar das palavras exatas, usamos eufemismos para que o mal a que elas se referem não nos atinja.

A palavra faz parte da nossa essência: com ela, nos acercamos do outro, nos entregamos ou nos negamos, apaziguamos, ferimos e matamos. Com a palavra, seduzimos num texto; com a palavra, liquidamos - negócios, amores. Uma palavra confere o nome ao filho que nasce e ao navio que transportará vidas ou armas.

"Vá", "Venha", "Fique", "Eu vou", "Eu não sei", "Eu quero, mas não posso", "Eu não sou capaz", "Sim, eu mereço"- dessa forma, marcamos as nossas escolhas, a derrota diante do nosso medo ou a vitória sobre o nosso susto. Viemos ao mundo para das nomes às coisas: dessa forma nos tornamos senhores delas ou servos de quem as batizar antes de nós.


01  - Com base no texto, pode-se afirmar que a palavra é capaz de causar no homem todos os sentimentos a seguir, EXCETO
A – fascínio                  B – opressão               
C – libertação               D – Idolatria


02 – No título do texto, a autora diz que as palavras têm força. A palavra destacada está relacionada semanticamente a
A – vitória                     B – obediência
C – entendimento         D – poder


03  - A postura que a autora assume diante do que trata é
A – manipulativa           B – reflexiva
C – submissa               D – equivocada

04 – No segundo parágrafo do texto, ao comparar palavras a dardos, a autora associa ás primeiras a ideia de algo que
A – fascinava               B – chateava
C – feria                       D – divertia.

domingo, 29 de setembro de 2019



LEITURA - INTERPRETAÇÃO

Garotos de Fé
Você acredita em Deus? O Instituto de Estudos da Religião (Iser) fez essa pergunta a 800 brasileiros com idade de uma maioria acachapante, capaz de desarmar qualquer ceticismo em relação à religiosidade dessa geração. Talvez o correto seja dizer “espiritualidade”, pois a fé é hoje muito mais uma questão de escolha pessoal do que era nos tempos do vovô, quando a garotada ia à igreja por imposição familiar e social. Os jovens hoje elegem a própria fé. “Como a decisão é deles, a religiosidade dessa geração tende a ser muito mais forte que nas décadas passadas”, diz a antropóloga Regina Novais, do Iser. Entre os que seguem alguma religião, 33% escolheram por decisão pessoal, independentemente da preferência familiar. Tanto é assim que dois em cada dez mudaram de religião ao menos uma vez.(...)

É curioso que isso esteja ocorrendo com os filhos de uma geração que, trinta anos atrás, fugiu da religião institucionalizada. O movimento atual é no sentido inverso, com o aumento nas hostes de fiéis.

Veja Jovens, 28/08/2003, p. 28

01 – De acordo com o texto, os jovens de hoje empenham-se mais em relação à religião porque
A – não costumam sofrer pressões para adotarem uma religião específica.
B – têm a liberdade de se dedicarem mais aos estudos ou à prática de esportes do que a uma religião.
C – o mundo moderno exige que as pessoas cultivem a espiritualidade.
D – podem escolher à vontade, pois há mais opções de religiões institucionalizadas do que antes.


02 – Em todas as alternativas abaixo, indicou-se corretamente o sentido da palavra destacada, de acordo com o seu emprego no texto, EXCETO em
A –“Os jovens hoje elegem a própria fé.”  – escolhem, selecionam.
B – “.....capaz de desarmar qualquer ceticismo...” – crença, fé.
C – “...aumento nas hostes de fiéis.” – legião, multidão.
D – “...com liberdade e sincretismo.” – fusão de crenças diferentes.

Profissão
Assustados, confusos, indecisos. É assim que muitos jovens se sentem na hora de escolher sua profissão, às vésperas das inscrições para os vestibulares. Aquela certeza desde pequeno do que vai ser quando crescer não rolou. Surge o medo de não dar certo. E a angústia apera mais diante do variado leque de alternativas de curso superior. São mais de 150 e, a cada dia, surgem novas opções de carreiras e de oportunidades de trabalho. O que fazer? Esse turbilhão de dúvidas não deve ser encarado como um problema grave. Especialistas garantem que a insegurança diante da escolha profissional é um sintoma saudável e produtivo. Com vários caminhos abertos à sua frente, o indeciso tem maiores chances de escolher melhor do que quem apoia sua certeza em fantasias. Por isso, recomenda-se que essa fase da vida seja enfrentada com tranquilidade pelos jovens e sua família. Afinal, toda decisão pressupõe incertezas e uma dose de risco. E esse é o primeiro grande desafio do jovem diante do novo e do desconhecido.

Uma forma de diminuir a pressão é saber que essa escolha profissional não é necessariamente definitiva. Novos caminhos vão surgir durante a faculdade, o mercado de trabalho pode exigir adaptações ou uma grande guinada na carreira. (...) Escolher uma profissão representa esboçar um projeto de vida, questionar valores, as habilidades, o que se gosta de fazer, a qualidade de vida que se pretende ter. e esse momento de reflexão pode render bem mais quanto é compartilhado com a família.

Veja Jovens, 28/08/2003, p. 64


01 – São recursos de construção desse texto, EXCETO
A – a utilização de uma linguagem predominantemente denotativa, dado o caráter informativo do texto.
B – o predomínio de períodos curtos, que facilitam a compreensão e assimilação das ideias nele contidas.
C – a opção pela ordem indireta de construção das frases, considerando-o como um todo.
D – um apagamento das marcas de 1ª pessoa, para ressaltar a importância do assunto de que se fala.


02 – Em relação a esse texto, é INCORRETO afirma que
A – o variado leque de profissões oferecidas pelo mercado atual é um dos motivos responsáveis pela indecisão de alguns jovens.
B – traz implícita a ideia de que a incerteza sobre a carreira a seguir é o maior desafio que o jovem enfrentará na vida.
C – o fato de se saber da possibilidade de se mudar de profissão ajuda a amenizar a anguústia diante dessa escolha.
D – a escolha de uma profissão representa um momento importante, porque pode proporcionar aos jovens maior conhecimento de si mesmos.

terça-feira, 24 de setembro de 2019


Leitura e Interpretação


Identidade cultural: língua e soberania

ARNALDO NISKIER

Toda a riqueza do conceito de cultura vem da própria origem da palavra, do latim "cultivare", cultivar. Espíritos mais práticos perguntariam: por que gastar o seu latim nestes tempos descartáveis que vivemos? Uma resposta óbvia -pelo menos para aqueles que lidam diretamente com a língua portuguesa e lutam pela sua preservação- é que ela é conhecida como "a última flor do Lácio", ou seja, foi a última ramificação do latim e, por obra e graça de uma pequena nação de desbravadores, Portugal, espalhou-se pelo mundo, fincando raízes na América do Sul (Brasil), na África (Angola, Moçambique) e na Ásia (Goa, na Índia; Macau, na China; e Timor Leste, na Indonésia), tornando-se, entre as 6.000 línguas do mundo, aquela falada por 200 milhões de pessoas - o rico universo da lusofonia.
Para avaliar a importância atual da língua portuguesa, bastam dois dados concretos: ela é hoje falada por 4% da população mundial, numa área de aproximadamente 8% do globo terrestre. Pensando no caso do Brasil, país de dimensões continentais que detém o maior contingente de pessoas falando o português, devemos estar atentos para o fato de que a língua entre nós é uma entidade viva, num processo de constante mutação.
A explosão audiovisual promovida por novos meios de comunicação, como o cinema, o rádio e a televisão, e, mais recentemente, a revolução provocada pelos computadores e pela internet tendem a introduzir, a todo o momento, palavras novas na língua e a "deletar" as antigas. A nossa opção de "bom português" não deve mais ser regida pela noção de "certo" e "errado", mas pelos conceitos de "adequado" e "inadequado" (como enfatizou a professora Cilene Cunha).
Não podemos nunca defender a existência de um apartheid lingüístico, separando o falar do rico e o do pobre. Temos uma realidade plurilingüística, levando em conta basicamente que a norma culta deve ser obedecida sobretudo nos códigos escritos. A compreensão desse fato enseja uma profunda mudança no ensino do português, sabendo-se que é o povo que faz a língua. Pode-se concluir daí que a leitura liberta e nos leva a conhecer melhor o mundo, o outro e a nós mesmos. A linguagem manifesta a liberdade criadora do homem.

Arnaldo Niskier, 68, educador, membro da Academia Brasileira de Letras, é conselheiro do Imae (Instituto Metropolitano de Altos Estudos) e secretário estadual de Cultura do Rio de Janeiro.




01 – A valorização da nossa língua é importante porque
A – seu uso reflete os processos de vivência e as transformações por que a sociedade passa.
B – não valorizá-la seria abrir um espaço para que outro idioma ocupe, entre nós, um espaço maior.
C – veículos de comunicação como o cinema, a televisão tendem a nos fazer acreditar que a imagem supera a palavra.
D – não poderíamos, sem essa valorização, decidir, no uso da língua, o que estaria certo ou errado para um “bom português”.

02 – Se defendêssemos a existência de um “apartheid linguístico”,
A – acabaríamos por negar a existência de uma realidade plurilinguística em nosso país.
B – estaríamos fazendo um julgamento inadequado e desvalorizando alguns falares de indivíduos, pela observação de sua classe social.
C – reafirmaríamos o poder que uma variante linguística tem de se sobrepor à outra, por ser falada por uma quantidade maior de indivíduos.
D – faríamos com que a norma culta continuasse sendo a única variante a expressar claramente as nossas ideias.

03 – Defender a existência de uma “realidade plurilinguística” em nosso país é defender todas as ideias a seguir, EXCETO
A – A língua que serve de forma de expressão a uma determinada comunidade passa por um processo constante de mudanças.
B – A língua reduz sensivelmente seu repertório de palavras, ao entrar em contato com os meios modernos de comunicação de massa.
C – A língua abriga em si uma abertura à multiplicidade de falares, sotaques.
D – A realidade dinâmica da língua ocorre devido ao fato de o homem possuir o dom de criar.

04 – A palavra lusofonia, no texto, refere-se ao conjunto de
A – falantes da língua portuguesa.
B – sons da língua portuguesa.
C – simpatizantes da língua portuguesa.
D – dialetos da língua portuguesa.

05 – Nas línguas, pode haver  variações regionais, sociais e de registros. Dos fatores abaixo, o que se relaciona com a última modalidade é
A – origem geográfica                    B – infraestrutura                C – sociocultural                 D- extraordinário



Regras gerais de acentuação gráfica


1. Monossílabos tônicos: são palavras formadas por uma única sílaba. São acentuados quando terminados em:
·         A (s): pá, lá, ás (baralho)
·         E (s): pé, fé, ré
·         O (s): pó, dó
2. Oxítonas: são as palavras cuja sílaba tônica é a última. Recebem acento quando terminadas em:
·         A (s): so-fá, Pa-rá, ma-ra-cu-jás, Pa-ra-ná.
·         E (s): vo-cê, ca-fé, be-bês.
·         O (s): a-vô, a-vós.
·         EM: al-guém, tam-bém, po-rém, nin-guém.
·         ENS: pa-ra-béns.
3. Paroxítonas: são as palavras cuja sílaba tônica é a penúltima. Recebem acento quando terminadas em:
·         L: ní-vel, rép-til, i-na-cre-di-tá-vel.
·         R: a-çú-car, re-vól-ver, ca-rá-ter.
·         N: hí-fen, ab-dô-men, pró-ton, nêu-tron, e-lé-tron.
·         X: clí-max, tó-rax.
·         I (s): lá-pis, tá-xi, vô-lei, pô-nei, jó-quei.
·         U (s): ô-nus, bô-nus.
·         UM/UNS: fó-rum, quó-rum.
·         Ã (s): ór-fã.
·         ÃO (s): só-tão, ór-gão, ór-fão.
·         ONS: pró-tons, e-lé-trons, nêu-trons.
·         PS: bí-ceps, trí-ceps, qua-drí-ceps, fór-ceps.
·         DITONGOS CRESCENTES: his-tó-ria, sé-rie, á-gua, é-gua, Má-rio, ró-seo.
Observação: Antes da Nova Ortografia, havia duas outras regras para acentuação de paroxítonas: quando elas possuíam EE e OO. Eram os casos de VOO, ENJOO, CREEM, LEEM e VEEM. Essas palavras possuíam acento circunflexo. Hoje, são grafadas sem acento.
4. Proparoxítonas: são as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima. Todas são acentuadas. Exemplos: mé-di-co, ár-vo-re, mai-ús-cu-lo, ô-ni-bus, Pi-tá-go-ras.
Leia também: Ansioso ou ancioso?

Regras especiais de acentuação

5. Ditongos abertos: os ditongos abertos ÉUÉI e ÓI são acentuados para que não se confundam suas pronúncias com suas respectivas formas fechadas EUEI e OI.
Veja:
  • Formas abertas: céu, réu, cha-péu, a-néis, fí-éis, pas-téis, dói, he-rói, des-trói.
·         Formas fechadas: seu, meu, co-meu, a-vei-a, ba-lei-a, fa-lei, boi, oi-to.
Observação: Com a Nova Ortografia, os ditongos abertos EI OI perderam acento em palavras paroxítonas. Exemplos: i-dei-a, as-sem-blei-a, eu-ro-pei-a, ge-lei-a, ji-boi-a, joi-a, he-roi-co. Essas palavras tinham acento agudo (idéia, assembléia, européia, geléia, jibóia, jóia e heróico), mas o perderam em razão da Reforma Ortográfica.
6. Hiato: acentuam-se os hiatos com I ou U sozinhos na sílaba ou seguidos de S.
Veja:
Pa-ís, sa-ú-de, ba-ú, mi-ú-do, a-ça-í, Lu-ís, ra-í-zes, ju-í-zo.
 Observações:
Hiatos seguidos de NH não são acentuados. Veja:
Mo-i-nho, ra-i-nha.
Com a Nova Ortografia, não se acentuam hiatos precedidos de ditongo em palavras paroxítonas. Veja:  fei-u-ra, boi-u-no, Bo-cai-u-va.
7. Acento diferencial: recebem acento diferencial algumas palavras homônimas perfeitas que, em determinados contextos, podem geram duplicidade de sentido ou confusão na interpretação.
Veja:
Pôr (verbo) – Por (preposição)
(eles) Têm (plural) – (ele) Tem (singular)
(eles) Vêm (plural) – (ele) Tem (singular)
(o/um) Porquê (substantivo) – Porque (conjunção)
(eles) Contêm (plural) – (ele) Contém (singular)
(eles) Provêm (plural) – (ele) Provém (singular)
Observações:
→ As palavras para (verbo), pelo (substantivo) polo (substantivo) tinham acento diferencial antes da Reforma Ortográfica (pára, pêlo e pólo). Esses acentos foram extintos.
→ O acento diferencial em fôrma (fechado) para diferenciar de forma (aberto) é facultativo.
→ A forma verbal pôde (passado) possui acento diferencial para distingui-la de pode (presente) mesmo não sendo palavras homônimas perfeitas.